HISTÓRIA DO MUNICÍPIO Antes de se chamar Monteiro Lobato, o município teve quatro denominações: Freguesia das Estacas, Freguesia de Nossa Senhora do Bonsucesso do Buquira, Vila das Palmeiras do Buquira e Vila do Buquira. Na língua tupi, Buquira quer dizer Ribeirão dos Pássaros. O povoado de Buquira foi criado em território de Caçapava e Taubaté sob a invocação de Nossa Senhora do Bonsucesso. Sob o aspecto eclesiástico, a povoação foi elevada à Freguesia e Distrito de Paz em 25 de abril de 1857, e incorporada ao município de Taubaté. Buquira só ascendeu à condição de Vila em 26 de abril de 1880 e, depois, a de cidade, em 19 de dezembro de 1900, criada através de lei estadual. Reduzida à condição de distrito em 1934, esta foi incorporada ao município de São José dos Campos, do qual finalmente se emancipou em 1948. Um ano depois ganhou o nome de Monteiro Lobato. O nome é uma homenagem ao eminente escritor José Bento Monteiro Lobato que na fazenda do Buquira iniciou sua brilhante carreira literária escrevendo os admiráveis contos de Urupês. Mais tarde a fazenda do Buquira passou a se chamar Fazenda do Visconde e, depois, Sítio do Pica-pau Amarelo, que até hoje atrai grande número de turistas. O aniversário de Monteiro Lobato é comemorado no dia 26 de abril. FUNDADORES No que se refere à aldeia, não há registro histórico de um fundador. Presume-se que, mandados por Jacques Félix, alguns bandeirantes em direção a Minas Gerais tenham montado passagem onde atualmente é o centro urbano da cidade. Levando-se em conta a criação da Freguesia, nos anos 40 do século 19, os fundadores seriam os doadores das terras para a formação do patrimônio da Freguesia de Nossa Senhora do Bonsucesso, a saber: Anna Martins da Rocha, comendador José Manoel Freire, capitão Francisco Alves Fagundes e Luciano José das Neves, cujas escrituras de doação estão transcritas no livro “História do Município de Monteiro Lobato”, do jornalista e historiados Geraldo Moacir Marcondes Cabral. |
No Buquira, um fazendeiro se torna escritor
Após a morte do avô, o Visconde de Tremembé, em 1911, José Bento Monteiro Lobato mudou-se com a mulher e os dois filhos, Marta e Edgard, para a Fazenda Buquira, que herdara do pai.
Na fazenda, trabalhou para torná-la rentável, desenvolvendo projetos para modernizar a agricultura e a pecuária. Plantou lavouras de milho, café e feijão.
Em 1914 a fazenda não ia bem e diante dos déficits viu logo que não tinha jeito para fazendeiro. Iniciou campanha contra as queimadas escrevendo artigos para o jornal O Estado de S. Paulo sob o título “A Velha Praga”. Referia-se às queimadas que arrasavam as matas de sua fazenda, personalizando Jeca Tatu como réu da prática incendiária que, para ele, era pior que a guerra.
“A Velha Praga” e depois “Urupês” tornaram Monteiro Lobato muito conhecido e discutido, pois Jeca Tatu, personagem do livro “A Velha Praga”, mexeu com o sentimento patriótico dos que apresentavam o índio e o caboclo brasileiro como grandes heróis de um progresso inexistente. E o nome de Jeca Tatu correu o mundo estigmatizado como o caboclo incendiário
Monteiro Lobato morou na Fazenda Buquira até 1917, quando a vendeu e foi morar em Caçapava. Na fazenda nasceram outros dois filhos: Guilherme e Ruth. Em seguida fixou residência em São Paulo, onde passou a colaborar com o jornal O Estado de São Paulo e dedicou-se a comercializar “Urupês”, passando a vendê-lo no Brasil inteiro.
Origem do Jeca Tatu
Certa vez, ao explicar como concebeu o nome de Jeca Tatu, Lobato disse que na fazenda onde morava existia uma cabocla que vivia falando de um neto chamado Jeca. Em vista dos elogios que fazia ao menino, pediu para conhecê-lo.
Dias depois, a cabocla trouxe-lhe o Jeca, que, segundo Lobato, era “um caboclinho feio, magriço, barrigudo, sem jeito de gente, horrível”.
Quando teve de dar o nome ao personagem incendiário da Fazenda Buquira, lembrou-se do menino Jeca, ao qual juntou a palavra tatu, animal que arrasava a sua roça de milho na fazenda.
Certa vez, ao explicar como concebeu o nome de Jeca Tatu, Lobato disse que na fazenda onde morava existia uma cabocla que vivia falando de um neto chamado Jeca. Em vista dos elogios que fazia ao menino, pediu para conhecê-lo.
Dias depois, a cabocla trouxe-lhe o Jeca, que, segundo Lobato, era “um caboclinho feio, magriço, barrigudo, sem jeito de gente, horrível”.
Quando teve de dar o nome ao personagem incendiário da Fazenda Buquira, lembrou-se do menino Jeca, ao qual juntou a palavra tatu, animal que arrasava a sua roça de milho na fazenda.
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