Verificar e trocar o óleo do motor é uma das principais manutenções a ser feita
periodicamente, senão for a básica das manutenções. Isso porque a maioria das
peças e componentes internos do motor devem funcionar sob banho de óleo, ou seja,
são lubrificados automaticamente e continuamente por meios de pequenos dutos,
canos, esponjas umedecidas e a próprias engrenagens, e a durabilidade delas é
altamente determinada pelo uso bem controlado do óleo.
As peças e os componentes que trabalham no óleo, quando o motor está funcionando,
ficam em constante atrito e pressão, e chegam a esquentar bastante quando o
motor é bem requerido. A alta temperatura e a rotação intensa e constante a qual
são submetidos poderiam levar a um desgaste rápido demais e produziria bastante
ruído se não fossem constantemente e adequadamente lubrificados, além de
ocorrerem problemas como ferrugem e outros.
O ÓLEO
O óleo utilizado para a lubrificação do motor é especial, diferente, ou melhor, mais
composto e durável do que o que geralmente usamos para lubrificar cadeados e
dobradiças de portas, por exemplo. Não só porque o óleo para motor de moto é mais
grosso (isso até a maioria dos motonautas menos atenciosos já devem ter
percebido), mas porque ele também é mais viscoso (pegajoso) e contém uma certa
quantidade de aditivos, ou seja, substâncias misturadas ao óleo para aumentar sua
eficácia e promover uma significativa limpeza por onde passar.
Apesar dos motores de moto e carro funcionarem do mesmo princípio – o que sugere
que o óleo usado para um sirva do mesmo modo para usar no outro – a diferença de
peso desses veículos e como ela é deslocada em cada caso acaba por criar a
necessidade de se fabricar tipos de óleos específicos para motocicletas. Mas, como
normalmente acontece, pode-se usar alguns óleos (cuidado! São apenas alguns)
originalmente desenvolvidos para carros de passeio, como o Texaco Havoline Premium
SL 20W-50, por exemplo.
O TIPO
Além de existir as várias marcas de óleo, os fabricantes seguem rigorosamente
especificações e classificações de padrão internacional para facilitar na fácil
identificação e escolha do melhor tipo de óleo para seu uso. São, na verdade, um
padrão de especificação e um de classificação, que devem estar visíveis no rótulo do
óleo. O padrão de especificação é o do SAE (Society for Automotive Engineers ou,
Associação dos Engenheiros Automobilísticos), e está relacionado ao grau de
viscosidade e a grossura do óleo. Sua escolha correta vai depender de quanto
forçado e da temperatura ambiente na qual o motor deverá trabalhar.
O manual da motocicleta deve mencionar qual a melhor especificação SAE do óleo
para ser usado no modelo. Essa recomendação deve ser seguida rigorosamente. Mas,
há casos de exceção. Por exemplo, o manual de algumas motos comercializadas no
Brasil, modelos importados ou projetos originados de plantas estrangeiras,
recomendam óleos 10W-40, por exemplo. Mas, como o nosso país é quente e as
condições de tráfego são, geralmente, estressantes e exige constantes esforços
excessivos na motocicleta, o óleo originalmente recomendado pode ser substituído
por um tipo 20W-50. Isso porque esse óleo é mais grosso e viscoso que o 10W-40,
portanto, mais resistente e durável quando usado sob altas temperaturas e trabalho
intenso. O inverso pode ser considerado quando alguém exporta uma moto,
originalmente feita para o nosso mercado, para um país de clima frio e para uso
menos intenso. Neste caso, o óleo 20W-50 poderia dificultar a partida do motor. O
10W-40 é menos grosso e viscoso, sendo mais adequado para situações como esta.
A grosso modo, podemos dizer que quanto menor os valores, mais apropriado o óleo
será para partidas a frio, condução em clima frio ou mesmo em ambiente quente,
mas sem usar o motor de forma extravagante.
É ESSENCIAL TROCAR O FILTRO TAMBÉM NA TROCA DO ÓLEO!! |
O padrão de classificação é o do API (American Petrolium Institute ou, Instituto do
Petróleo Americano), e este está relacionado à qualidade do óleo e seus aditivos, ou
seja, são combinações de letras que indicam sua atualidade tecnológica e,
conseqüentemente, sua superioridade em relação a óleos fabricados anteriormente
para o mesmo uso. Ou seja, quanto mais recente a classificação for, melhor esse
óleo será em termos de qualidade, durabilidade e ação de limpeza. Veja abaixo
alguns exemplos de classificação API:
SL – É a classificação mais recente. Tem melhor controle de depósitos sob alta
temperatura e proporciona menor consumo. Foi lançado em julho de 2001.
SJ – Foi lançado em torno 1997 e é recomendado para veículos fabricados até 2001.
SH – Foi lançado em torno de 1994 e é recomendado para veículos fabricados até
1996.
SG – Lançado em torno de 1989, é recomendado para veículos até 1993.
O SF, SE, SD, SC, SB e SA são respectivamente um mais antigo que o anterior. O
SG supera os SF, SE, SD, etc. O SH supera o SG e seus subseqüentes, o SJ supera
o SH e seus subseqüentes, e o SL supera todos os mencionados.
No manual de cada moto vem sugerindo a classificação API adequada. Mas isso é só
como referência para o usuário saber comprar o óleo mais atual, pois, apesar do SL
ser o mais recente, os mais antigos ainda são comercializados. Atenção aí! O manual
de uma moto ano 2001, por exemplo, deve estar sugerindo a classificação SJ, e o
manual de uma 1992, a SG. Em casos assim, esqueça o manual e procure saber qual a
classificação mais atual para usar. E de forma alguma use um óleo de classificação
inferior ao que você vem utilizando.
OS CUIDADOS
Como substância derivada do petróleo, sua utilização deve ser cuidadosa não só no
início, quando você o adquire para uso, mas também no momento em que você terá de
despejar o óleo velho e/ou sujo fora.
Quando for usar um óleo novo (se for você mesmo e não uma loja de serviços
especializada), tenha cuidado para que o óleo não tenha contato excessivo com a
pele e muito menos com os olhos ou ingerido. Se os dois primeiros acontecer,
lavagem com água em abundância utilizando sabão neutro é a providência urgente
mais certa a fazer. Se acontecer de ingeri-lo, um médico deverá ser consultado
imediatamente. E não esqueça da embalagem do óleo, pois ela é reciclável e a maioria
dos pontos de venda de óleo servem também como pontos de coleta dessas
embalagens (a embalagem não deve ser reutilizada para acomodar outras
substâncias, por mais lavado que seja; a não ser óleo similar mesmo).
O óleo velho e/ou sujo também é reciclável, e os pontos de coleta de embalagens que
mencionei provavelmente também os coletam. De forma alguma jogue esse óleo velho
e/ou sujo na terra, na privada (ou esgoto), no chão, no mato ou na água de um rio,
lagoa ou do mar. A falta desses cuidados podem acarretar em sérios problemas para
o meio ambiente e, conseqüentemente, para animais e pessoas.
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